Controvérsias do Protestantismo

Todos nós que estudamos história na escola passamos por um pedaço conhecido como Reforma Protestante, quando Martim Lutero protestou contra a Igreja Católica, que vendia indiscriminadamente relíquias falsas e perdoava as pessoas em busca de dinheiro, além de ter posto na fogueira milhares de pessoas, como ciganos, judeus, supostas bruxas e cientistas, e atualmente os casos envolvendo pedofilia na Igreja. Entretanto, o que poucas pessoas sabem é que o Protestantismo também tem essa história negra escondida nas páginas da história. A título de curiosidade, hoje vamos listar algumas destas controvérsias históricas que se tornaram fundamentais para algumas práticas sociais e culturais dos dias de hoje. Fizemos este estudo a partir de fontes históricas e teológicas, sem a intenção de desmanchar a imagem de ninguém, muito menos acender debates calorosos de fiéis que não pesquisam e têm criticismo; antes de argumentar contrariamente àquilo que está postado, por favor, pesquise em outras fontes imparciais...


1. João Calvino, líder protestante da Suíça e um dos mais radicais, despertou revolta entre seus próprios seguidores ao chamar católicos suíços de “anticristos”, e ao declamar toque de recolher, proibir música em Genebra, e promover a chamada “Inquisição Protestante”, que matou várias pessoas acusadas por ele de suposta heresia. Estas pessoas eram mortas no chamado “fogo lento”, ou seja, eram assadas lentamente em brasa;

2. Ainda falando em Inquisição no movimento protestante, as guerras religiosas que surgiram na Alemanha logo após a cisão de Lutero levaram à morte de pelo menos 200 mil pessoas, segundo os historiadores medievalistas. Membros da mesma família se matavam mutuamente porque houve o rompimento dentro das próprias fazendas e a mortandade se tornou absurda, até que foi necessário assinar uma espécie de “tratado de paz perpétua” entre as religiões na Alemanha;

3. A chamada Inquisição Protestante de Lutero, na Alemanha e nos territórios do norte da Europa, foi extremamente cruel, principalmente entre os camponeses que ainda aceitavam o Catolicismo como religião a ser professada, judeus e ciganos. Alguns historiadores dizem que aí foi onde nasceu a teoria da “raça germânica” superior, posta em prática por Hitler;

4. A peça fundamental da doutrina de João Calvino é a predestinação, atualmente considerada controversa, por muitos setores da sociedade e grupos religiosos. Calvino acreditava que Deus havia planejado o destino humano e por consequência o ser humano estava predestinado desde o dia de seu nascimento a merecer o céu ou o inferno. Segundo sua crença, alguns foram eleitos por Deus para serem salvos e outros foram condenados à maldição eterna, independente dos atos que estas pessoas cometam em vida. Entretanto, segundo muitos teólogos, a predestinação anula totalmente a tese de livre-arbítrio que está presente em toda Bíblia;

5. Calvino talvez seja um dos mais polêmicos teóricos do Protestantismo na sua gênese, no século 16. Ele considerava o trabalho e prosperidade financeira sinais de bênção de Deus, legitimizando o lucro, situação que o Catolicismo e o Islamismo diziam não pertencer a Deus por aumentar o egoísmo e individualismo das sociedades. Calvino ganhou adesão e força entre os burgueses no século 16 por conta da sua teoria, que chegou a afirmar que “querer ser pobre é como querer ser doente. Portanto, Deus não gosta de pobres e só quer que todos sejam ricos, e o destino de alguns é serem ricos, uma vez que Deus traça um destino para todos chamado predestinação”;


6. Grande parte dos historiadores acreditam que a Reforma iniciada por Lutero não tinha fundos religiosos, mas principalmente impulsionada por razões políticas, sociais e econômicas, uma vez que os príncipes dos territórios germânicos não queriam mais pagar taxas para Roma, e viram nas ideias de Lutero um modo de colocar em prática o rompimento, blindando o líder do movimento e rompendo com Roma e a Igreja;

7. Para muitos teólogos e historiadores, Lutero foi uma espécie de “boi de piranha” do sentimento da burguesia alemã, que há muito queria lucrar sem censura e ter uma religião nacional, sem competir com o poder supremo papal, na Itália, sem a necessidade de consultar o Papa para questões internas de paz, guerra e coroação. Assim, nessa ótica, Lutero teria sido tão-somente uma marionete da burguesia;

8. Práticas como a usura era condenada pela ética católica, assim a burguesia capitalista que desejava altos lucros econômicos sentira-se mais confortável se pudesse seguir uma nova ética religiosa, adequada ao espírito capitalista, necessidade que foi atendida pela ética protestante e conceito de Lutero de que a fé sem as obras justifica;

9. Algumas causas econômicas para a aceitação da Reforma foram o desejo da nobreza e dos príncipes de se apossar das riquezas da Igreja Católica e de se ver livre da tributação papal. Também na Alemanha, a pequena nobreza estava ameaçada de extinção em vista do colapso da economia senhorial – o modelo feudal rural estava ruindo em face do capitalismo primitivo após a conquista da América. Muitos desses pequenos nobres desejavam as terras da Igreja. Somente com a Reforma, estas classes puderam expropriar as terras;

10. Martim Lutero era radicalmente contra o corpo doutrinário e o movimento anabatista que originou-se na Reforma, que foi liderado por Thomas Münzer. Münzer inicialmente era adepto de Lutero, porém ao defender juntamente com seu movimento uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres, e sem propriedade privada, este foi fortemente atacado por Lutero, e eles romperam. Lutero argumentou para Münzer que a existência de “senhores e servos era vontade divina”, legitimando assim o poder político. Por isso os historiadores apontam a Reforma como um movimento sócio-econômico e pouco religioso;


11. Em 1524 Münzer iniciou uma revolta camponesa comandada pelos anabatistas, que provocou a Guerra dos Camponeses, comandando massas camponesas contra a nobreza imperial. Nesse conflito Lutero escreveu aos príncipes contra Munzer, afirmando: “Contras as hordas de camponeses (...), quem puder que bata, mate ou fira, secreta ou abertamente, relembrando que não há nada mais peçonhento, prejudicial e demoníaco que um rebelde”. Após a derrota dos camponeses na guerra, os anabatistas continuaram sendo perseguidos e executados em países protestantes, por exemplo, a Holanda e Frísia, que massacraram aproximadamente 30 mil anabatistas nos dez anos que se seguiram a 1535;

12. A Reforma na Inglaterra foi promovida pelas necessidades políticas de Henrique VIII. Sendo este casado com Catarina de Aragão, que não lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao Papa Clemente VII a anulação do casamento. Perante a recusa do Papa, por razões pessoais Henrique fez-se proclamar, em 1531, chefe absoluto da igreja inglesa. O Ato de Supremacia, votado no Parlamento em novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da nova igreja. Os súditos deveriam submeter-se ou então seriam excomungados, perseguidos e executados, tribunais religiosos foram instaurados e católicos foram obrigados a assistir cultos protestantes, muitos importantes opositores foram mortos, tais como Thomas More, o Bispo John Fischer, bem como sacerdotes, frades franciscanos e monges;

13. João Calvino juntamente com seus seguidores instalaria em Genebra um governo de caráter teocrático, e quem descumprisse as normas e doutrinas oficiais do Estado era punido. Centenas de pessoas seriam sentenciadas à morte. O caso mais famoso é o do cientista e reformador Miguel Servet, primeiro a descrever a circulação pulmonar, condenado a morrer na fogueira por suas ideias pelo Conselho de Genebra presidido por Calvino, que havia inclusive consultado outros reformadores sobre o assunto, como os seguidores de Martim Lutero, que concordaram universalmente com sua execução;

14. Durante a Reforma nos Países Baixos iniciada em 1560, a partir de agosto de 1566, uma multidão de calvinistas invadiu a Igreja de Hondschoote no Flandres (atualmente Norte da França) com a finalidade de destruir imagens, ícones, esculturas e obras de arte católicas. Esse incidente provocou outros semelhantes nas províncias do norte e sul, até Beeldenstorm, em que calvinistas invadiram igrejas e outros edifícios católicos, para destruir estátuas e imagens de santos em toda a Holanda, o que provocou uma enorme perda de patrimônio histórico e cultural daquela época;

15. Tribunais religiosos e a caça às bruxas, bem como outros métodos de combate à heresia foram perpetradas tanto pela Igreja Católica quanto pelas Igrejas Protestantes (como a Igreja Anglicana, Igreja Luterana, Igreja Calvinista e Igreja Presbiteriana). Por exemplo, a Caça às Bruxas na Nova Inglaterra nos Estados Unidos em 1692 (as Bruxas de Salém) foi financiada por puritanos presbiterianos;


16. Com a invenção da máquina tipográfica de Gutenberg na Alemanha, as Igrejas Protestantes, ao mesmo tempo em que propagavam a Bíblia e suas ideias, fundando várias escolas, também tornaram proibidos uma série de livros católicos e outros que contrariavam suas doutrinas;

17. É sabido que Lutero era antissemita e culpava a destruição da Europa aos judeus, tanto que publicou o livro “Sobre os judeus e suas mentiras”. Um dos trechos do livro diz: “A Alemanha deve ficar livre de judeus, aos quais após serem expulsos, devem ser despojados de todo dinheiro e joias, prata e ouro, e que fossem incendiadas suas sinagogas e escolas, suas casas derrubadas e destruídas [...], postos sob um telheiro ou estábulo como os ciganos [...], na miséria e no cativeiro assim que estes vermes venenosos se lamentassem de nós e se queixassem incessantemente a Deus”;

18. O historiador Robert Michael escreve que Lutero esteve preocupado com a questão judaica toda a sua vida, apesar de dedicar apenas uma pequena parte de seu trabalho para ela. Seus principais trabalhos sobre os judeus são “Sobre os judeus e suas mentiras” e “Em nome da santa linhagem de Cristo” – reimpressas cinco vezes dentro de sua vida – ambas escritas em 1543, três anos antes de sua morte;

19. Nesses trabalhos Lutero afirma que os judeus já não eram o povo eleito, mas o “povo do diabo”. A sinagoga era como “uma prostituta incorrigível e uma devassa maléfica”, e os judeus estavam “cheios das fezes do demônio, nas quais se rebolam como porcos”. Lutero aconselhou as pessoas a incendiarem as sinagogas, destruindo os livros judaicos, proibir os rabinos de pregar, e apreender os bens e dinheiro dos judeus, bem como também expulsá-los, ou fazê-los trabalhar forçosamente. Lutero também parecia aconselhar seus assassinatos, escrevendo “É nossa a culpa em não matar eles”;

20. A campanha contra os judeus de Lutero foi bem sucedida na Saxônia, em Brandenburg, e Silésia. Josel de Rosheim (1480-1554), que tentou ajudar os judeus na Saxônia, escreveu em seu livro de memórias a situação de intolerância foi causada por “[...] esse sacerdote cujo nome é Martim Lutero; [...] seu corpo e alma vinculada até no inferno, que escreveu e publicou muitos livros heréticos no qual disse que quem ajudasse judeus seria condenado à perdição”. Josel teria pedido à cidade de Estrasburgo para proibir a venda das obras antijudaicas de Lutero, porém seu pedido foi-lhe negado quando um pastor luterano de Hochfelden argumentou em um sermão que os seus paroquianos deviam assassinar judeus;


21. A opinião predominante entre os historiadores é que a sua retórica antijudaica contribuiu significativamente para o desenvolvimento do antissemitismo na Alemanha, e na década de 1930 e 1940 auxiliou na fundamentação do ideal do nazismo de ataques a judeus. O próprio Adolf Hitler em sua autobiografia “Mein Kampf” considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico o Grande, e Richard Wagner;

22. Em 05 de outubro de 1933, o pastor Wilhelm Rehm de Reutlingen, declarou publicamente, que “Hitler não teria sido possível, sem Martim Lutero”. Julius Streicher, o editor do jornal nazista “Der Stürmer”, argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg “que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martim Lutero não tivesse dito 400 anos antes”;

23. Diversos historiadores sugerem que a influência de Lutero tenha auxiliado a aceitação do nazismo na Alemanha pelos protestantes no século 20. Shirer fez a seguinte observação em sua obra “Ascensão e queda do Terceiro Reich”: “É difícil compreender a conduta da maioria dos protestantes nos primeiros anos do nazismo, salvo se estivermos prevenidos de dois fatos: sua história e a influência de Martim Lutero. O grande fundador do protestantismo não foi só antissemita apaixonado como feroz defensor da obediência absoluta à autoridade política. Desejava a Alemanha livre de judeus [...] – conselho que foi literalmente seguido quatro séculos mais tarde por Hitler, Göering e Himmler”;

24. Por outro lado, especialmente Shirer recebeu críticas por essa sua observação, sendo acusado de não conhecer suficientemente a história alemã, e por ter interpretado incorretamente certos acontecimentos, ou mesclado suas opiniões em seu livro. Também os cristãos luteranos, afirmam que a Igreja Luterana, tem esse nome em homenagem ao seu mais famoso líder, porém não acata todos os escritos teológicos de Lutero, principalmente os escritos que atacam os judeus;

25. Desde os anos 1980, alguns órgãos da Igreja Luterana, formalmente denunciaram, e dissociaram-se dos escritos de Lutero sobre os judeus. Em novembro de 1998, no 60º aniversário de Kristallnacht, a Igreja Luterana da Baviera emitiu uma afirmação: “é imperativo para a Igreja Luterana, que sabe que é endividada ao trabalho e a tradição de Martim Lutero, de levar a sério também as suas declarações antijudaicas, reconhece a sua função teológica, e reflete nas suas consequências. Temos que nos distanciar de cada [expressão de] antissemitismo na teologia Luterana”;

Abaixo, foto da máscara mortuária de Lutero


26. Em dezembro de 1539, Filipe I, Margrave de Hesse, que já era casado, queria se casar novamente com uma das damas-de-espera de sua esposa e assim, praticar a bigamia. Filipe solicitou a aprovação dos principais reformadores alemães: Lutero, Melanchthon e Bucer, e se justificou citando como precedente a poligamia dos patriarcas. Lutero e os demais teólogos não tomaram uma decisão geral, e informaram a Filipe que, se ele de fato, estava determinado, deveria se casar secretamente e manter silêncio sobre o assunto. Como resultado, em 04 de março de 1540, Filipe casou com uma segunda esposa, com Melanchthon e Bucer entre as testemunhas. No entanto, Felipe não conseguiu manter em segredo o casamento, e ele ameaçou tornar público o conselho de Lutero, que disse-lhe para “dizer uma boa e grossa mentira” e negar o casamento completamente, o que Filipe fez durante a controvérsia pública subsequente;

27. Nos Estados Unidos a história do Protestantismo é bastante controversa, principalmente através dos conhecidos “pioneiros”. O padrão considerado ideal pelos religiosos era do WASP, sigla que em inglês significa “Branco, Britânico e Protestante”. Esses grupos apoiaram a matança de índios para expansão do território americano alegando o “Destino manifesto”: o “fardo” do homem branco era “civilizar” o mundo;

28. Os grupos protestantes norte-americanos foram a favor da eliminação de índios pois acreditavam que eles estavam condenados à eterna perdição por não conhecerem o Deus cristão, e também mantiveram total apoio à escravidão dos negros nas colônias do sul dos Estados Unidos, alegando que os negros por aprenderem a ler a Bíblia já era uma boa paga ao “salário” do trabalho árduo;

29. Ainda nos Estados Unidos, o protestantismo levou à criação de grupos extremistas que não aceitavam a mistura racial e social. Foi assim com o mais famoso, KKK, Ku Klux Klan, que matou e torturou centenas de negros por várias décadas e até hoje mantém sua atividade – agora na ilegalidade;

30. No Segundo Reich, após a unificação da Alemanha, o chanceler Otto Von Bismarck, apoiado pela maioria protestante iniciaria a famosa campanha contra a minoria católica: Bismarck restringiria a livre prática religiosa, reprimindo os direitos católicos. É interessante pontuar que nesse período da história alemã muitos pastores luteranos eram donos de bordéis cujas meninas a serem ofertadas eram judias; tais pastores diziam que elas estavam ali purgando os pecados de simplesmente terem nascido judias e por seus antepassados terem matado Cristo na cruz;


31. Na Alemanha, as igrejas protestantes luteranas e reformadas apoiaram e foram cúmplices do nazismo. Adolf Hitler disse que “por meu intermédio, a igreja Protestante poderia tornar-se a igreja oficial, como na Inglaterra”. O primeiro grupo protestante em apoio aos nazistas era uma comunidade minoritária, o Movimento da Fé dos Cristãos Alemães, baseado no cristianismo positivo e suscetível ao neo-paganismo sob a liderança de Ludwig Müller. Em oposição a ele surgiu outro grupo minoritário, a Igreja Confessional, que rejeitava o nazismo. Em julho de 1933 foi criada a Igreja Nacional do Reich, da fusão das 28 igrejas protestantes luteranas e reformistas, somando mais de 48 milhões de protestantes;

32. Durante a Segunda Guerra Mundial a Igreja do Reich proibiria a vinculação da Bíblia, substituindo-a pelo Mein Kampf, a biografia que continha as ideias de Adolf Hitler e decretando que os crucifixos deviam ser substituídos pelas suásticas. Em 1934, o pastor luterano Martin Niemöller, que inicialmente, assim como os demais clérigos protestantes e católicos havia acolhido positivamente o regime nazista, tornou-se líder da Igreja Confessional, que lutaria ardentemente contra a Igreja do Reich, que afirmava ser a igreja verdadeira. Niemöller seria mandado para um campo de concentração posteriormente. Em 1937, muitos pastores protestantes passaram a prestar juramente de lealdade a Hitler;

33. É comum entre alguns historiadores e teólogos fazerem duas afirmações extremamente importantes. A primeira fala que, nas suas concepções, a mudança da Idade Média para a Idade Moderna não teria ocorrido em 1453, com a queda de Constantinopla, mas sim no momento que Lutero rompe com a Igreja, símbolo da medievalidade. Outro ponto importante estudado seria a ascensão do nazismo, que seria o ápice da prática de todas as ideias de Martim Lutero, com expansão da Alemanha, um estado único e forte, sem judeus e com seleção de “raças” em um “espaço vital”;

34. No Brasil as igrejas pentecostais e neo-pentecostais são criticadas pela sua relação controversa com as religiões afro-brasileiras. Alguns livros destas instituições são acusados de serem preconceituosos contra as religiões afro-brasileiras, como o best-seller “Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?”, de 1988 escrito por Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, que durante algum tempo teve sua veiculação proibida por ser considerado preconceituoso, e depois de julgamento, foi liberado;

35. O livro “Espiritismo, a magia do engano”, de autoria de Romildo Ribeiro Soares (ou R.R. Soares), considera as entidades dessas religiões como “demônios afro-brasileiros”, Soares também condena como demoníacos fundadores do que chama “falsas religiões”, como Maomé, Confúcio e Buda. Lembrando que Maomé (Mohammed, no original árabe) foi o fundador do Islamismo, religião que mais cresce no mundo e tem Deus como seu guia, sendo uma receita basicamente fundamentada no judaísmo e no cristianismo;


36. Durante algum tempo, a cidade de Salvador, foi chamada pejorativamente de “capital da macumbaria” ou a “Sodoma e Gomorra da magia negra” por algumas igrejas neopentecostais. Nesse meio tempo, desde os anos 70, aumentam os casos de intolerância religiosa praticada por protestantes, como invasão e destruição de templos umbandias e candomblecistas;

37. Alguns ramos do protestantismo, como os Testemunhas de Jeová e Mórmons são acusados de negligência e fraude às leis nacionais. São inúmeros os casos de testemunhas de Jeová que são impedidos na justiça de criarem seus filhos por negarem-lhes tratamento médico que peça transfusão de sangue. Nos Estados Unidos, comunidades mórmons são denunciadas por praticarem casamento arranjado, sexismo, pedofilia e poligamia – tudo em pleno século 21;

38. O ensino da Teologia da Prosperidade é por vezes criticada como materialismo disfarçado de teologia, com fórmulas simplistas, com base nesta última crítica, o evangelho da prosperidade é às vezes pejorativamente conhecido como “Diga o que quer e reivindique”. Tudo isso nascido da doutrina individualista e capitalista de João Calvino, falando que Deus gosta da riqueza e quem se torna rico é sinal de ser abençoado por Deus;

39. Muitas vezes essa doutrina é considerada por alguns dentro da comunidade cristã como antítese ao ensinamento bíblico tradicional, e, mais genericamente como exploração de seus adeptos, com excessos financeiros e falta de transparência financeira na sua liderança. Os críticos argumentam que a Bíblia condena a busca de riquezas, e que a acumulação de bens materiais não serve ao propósito do Evangelho. Além disso, alguns comentaristas, como Robert Lowery também argumentam que o próprio Jesus não viveu ou procurou o que seria considerado uma vida de “prosperidade”;

40. No Brasil, a Igreja Universal do Reino de Deus é a seita protestante mais criticada por várias camadas da sociedade, mesmo entre os próprios protestantes. As críticas variam muito: misturas de crenças (inclusive afro-brasileiras), Teologia da Prosperidade, exigências de milagres para com Deus etc. Em 1997, a Câmara dos Representantes da Bélgica descreveu a Universal como uma “associação criminosa, cujo único objetivo é o enriquecimento”, “uma forma extrema de mercantilismo da fé”, cujas “atividades na Bélgica podem ser apenas uma fachada para ocultar atividades ilegais”.


Vale lembrar que esta postagem tentou ser a mais imparcial possível, trazendo fatos históricos, e como diz o dito popular, “contra fatos não há argumentações”. Não queremos iniciar um debate religioso, mas apenas apresentar um outro lado do Protestantismo que grande parte das pessoas não conhece, como a Inquisição Luterana na Alemanha, ou o Destino Manifesto nos Estados Unidos. Dedicamo-nos a este post porque já conhecemos muito bem os “defeitos” do catolicismo, e hoje trouxemos o que o Protestantismo teria a trazido escondido sob as páginas da sua própria história.

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