Imaturidade Evangélica

No que diz respeito aos atuais posicionamentos evangélicos, só tenho que lamentar. São extremidades absurdas, tanto de concordância quanto de discordância, entre irmãos.
Dialogando e encontrando o que chamo de evangelho do equilíbrio, cristãos que não concordam em pontos divergentes, deveriam encontrar soluções amistosas, para não alimentar novas guerras que apenas ajudam para que a mágoa em cada coração nunca acabe. Mesmo que no final as pessoas não concordem, o respeito sempre deveria prevalecer. Nenhuma opinião pode ser completamente descartada, algo de positivo sempre sobra. Quando é que vamos perceber o quanto estamos perdidos em comportamentos egoístas e imaturos?
Quem critica o cenário gospel deveria ver como o Oficina G3 anunciou esta guerra eminente entre irmãos, em seu último trabalho, Depois da Guerra. Nossa, que contradição aparente? Sempre defendo a simplicidade do evangelho e agora cito como referência uma banda que alcançou um patamar de estrutura que muitas bandas do meio secular, tampouco do cenário gospel, não alcançaram? Simplicidade não está necessariamente relacionada a pobreza material ou estrutura precária. Nem todos os ricos consideram suas conquistas humanas maiores que Jesus Cristo, apesar de ser raro. Nem todas pessoas de baixa renda são simples em seus comportamentos. Sempre quando falamos de fenômenos humanos não podemos generalizar nada.
Sou contra extremismos. Temos ferramentas artísticas belíssimas que podem abrir os olhos de muita gente que está vivendo no engano. Por mais que uma grande revolta queira invadir meu coração, não posso sair num total descontrole rumo a outros erros piores. Apesar de termos muita podridão no evangelho, com falsos pregadores e pessoas que usam a Palavra de Deus como oportunidade de satisfazer vontades gananciosas, que servem apenas para sustentar as desigualdades sociais, dizendo que as pessoas viverão algo que nem está na Bíblia, ainda encontramos a beleza de pessoas espalhadas por diversos cantos do Brasil que insistem em viver a simplicidade do amor de Cristo. Foi Deus ou Satanás que disse que daria o mundo à Jesus se Ele prostrado o adorasse?
Uma frase solta num texto que propõe apenas uma breve reflexão: as maiores guerras espirituais não acontecem nos grandes templos neopentecostais. Temos que voltar nossos olhos para as crianças que estão morrendo, às escolas que estão abandonadas em sua estrutura física e humana, ao país que diz lutar contra a pedofilia e ao mesmo tempo aplaude as meninas que estão dançando sexualmente, ao racismo que é velado em nosso país e aos falsos pregadores que estão enchendo o bolso de grana. São obras satânicas que muitos não se dão conta. Isso é guerra espiritual. Se a África é tão pobre, como a grande mídia demonstra, porque todas as grandes corporações, sejam elas evangélicas ou não, se instalam lá com grandes investimentos?

Jean Mello, 26, criador da Ebenezer Cultura - jean.mello@ebenezercultura.com.br

Comentários

  1. Jean, seu texto é de relevante instrução e de um sabedoria simples e objetiva. Também acredito que devemos agir de maneira ponderável frente às questões que tem se agravado frente ao povo que se diz imitador literal de Cristo, sempre refletindo no que será resulto de qualquer ação subversiva, desde a minima e irrelevante palavra de protesto e inconformidade, até às consequências de um extrondoso movimento em massa pelos mesmos motivos.


    Com relação à sua observação ao mais novo trabalho da banda Oficina G3, que até gerou a gravação de um DVD muito bem produzido, gostaria de ressaltar que concordo com você quando você diz que outros grupos de música que falam de Cristo e t entam viver o que falam, deveriam se posicionar como os mesmos em suas letras e melodias. De fato o Oficina G3 tem feito isso muito bem, até por que tem bebido de boas fontes. Alguns membros da banda, entre eles o guitarrista e vocalista da banda Juninho Afram, responsável por grande parte das letras, é membro atuante da comunidade cristã Igreja Batista da Agua Branca em São Paulo, cujo líder Ed René Krivtz t em sido um homem de grande sabedoria ao incentivar a releitura da prática cristã hoje e o papel social da Igreja de Cristo.

    Mais fica aqui uma critica a banda, que pra mim, se omite em aguns shows em grandes templos ao verem situações absurdas acontecendo em baixo dos s eus narizes e se calarem plerante às mesmas simplesmente porque ganham um bom cachê dessas mesmas instituições ao apresentarem seu trabalho.

    Dennis Portell, estudante de História e Geografia, músico e dono do blog "Manifestando-se".

    Deem uma olhada se puderem.

    http://dennisportell.blogspot.com/

    Paz, Sabedoria, Reflexão e Ação para todos!

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  2. Dennis,
    Suas observações são importantes, carregadas de coerência. Acho que falo com alguém que rompeu com diversas questões perniciosas do tradicionalismo evangélico. Digo isso por observar algumas postagens em seu blog – um trabalho de qualidade e que tem o potencial de a cada dia servir como uma ferramenta para alertar muitas pessoas que acham que estão vivendo o evangelho e na verdade estão apenas vivendo a interpretação, na maioria das vezes tendenciosa. Isso para mim é o falso evangelho que as massas estão recebendo de falsos líderes.
    Quanto ao trabalho do Oficina G3 – isso não vale apenas para eles – o discurso tem sua importância e gera resultados, já que muitas pessoas gostam do som deles. Não dá para negar que os temas abordados em cada faixa do Depois da Guerra aborda temas que são bem atuais, pelo menos com relação a esta guerra evangélica, que não dá nem rumores de parar, ela está sangrando e matando muitos irmãos que gostariam de ter uma vida sincera em Cristo Jesus.
    Agora, o que acaba com a chamada música gospel é a merda da politicagem, que às vezes é cruel que as regras implantadas na música secular. Porém, não sei qual instituição, ou qualquer tipo de trabalho, nos dias atuais, consegue sobreviver sem negociações. Mas, para mim, todas elas devem ser pautadas pela ética, que deve ser coerente ao discurso. Se o Oficina G3 enquadra a isso não posso dizer. Na verdade, falar de qualquer grupo de louvor, para quem gosta do trabalho, em alguns casos é como falar de grandes igrejas evangélicas, as pessoas defendem sem pensar. O que escraviza é justamente a falta de conhecimento e coragem para questionar as contradições que podem ser vista sem o menor esforço. O que podemos fazer diante dessas coisas?

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