Cadê a responsabilidade social das escolas públicas?


Ontem tomei o conhecimento de uma notícia muito triste e que remete novamente à discussão sobre o bullying nas escolas. Um estudante de 15 anos, daqui de Porto Alegre, que vinha sofrendo frequentemente discriminação por parte de seus colegas, quando decidiu reagir, já não suportando a situação, foi assassinado com um tiro no peito ao descer do ônibus. O autor do crime, de 14 anos, já apresentou-se à Polícia Civil e foi encaminhado ao Ministério Público.

O jovem era vítima de bullying na escola há 2 anos, pelo motivo de ser gordo, e sofria constantes ameaças dos colegas. Tanto ele quanto a sua família já haviam reclamado na diretoria da escola. No entanto, nada foi feito a respeito. Bullying, para quem não sabe, é um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully, valentão) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo). A ação é comum entre adolescentes.

Só para ter uma ideia, no Brasil, pelo menos 40,5% dos estudantes do ensino médio dizem sofrer o bullying diretamente. E casos de bullying que terminam em morte infelizmente já não são novidade no país. Ano passado mesmo, em São Paulo, um estudante de 10 anos não suportando mais as frequentes gozações e agressões físicas na escola, suicidou-se em casa e escreveu uma carta explicando o que estava acontecendo. E igualmente, a supervisão da escola apenas fazia vista grossa à discriminação que ele sofria.

Me questiono, quantos jovens ainda terão sofrer discriminação para que as escolas públicas acordem à sua responsabilidade social? E o Estado, quando vai começar a intervir de fato neste problema que abate a maioria das escolas? A responsabilidade das escolas não se limita em apenas lecionar as matérias do conhecimento humano aos jovens, mas deve cooperar também no desenvolvimento do caráter dos estudantes, incluindo como ele relaciona com o seu meio social.

E pensando nisso, algumas poucas instituições de ensino vemos trabalhando em iniciativas para combater as discriminação nas escolas. Como ao exemplo, do Colégio Padre Reus, também daqui de Porto Alegre, que desenvolveu um trabalho em cooperação com todos os alunos e professores, com propósito de combater o bullying pela conscientização de todos. E sem dúvidas, as medidas preventivas de conscientização são consenso entre os especialistas como forma de diminuir a incidência da violência e da discriminação nas escolas.

Quanto a nós, façamos a nossa parte também. Você que tem filhos na escola, converse com a diretoria e os professores sobre inciativas para combater o bullying dentro e fora das salas de aula. E converse principalmente com os seus filhos, pois dentro de uma família nada é tão bom quanto o diálogo.

Reflita sobre isso.
Graça e paz,
Giovani Mariani

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